Atualmente a Contabilidade de Custos é vista sob dois prismas: o auxílio ao controle e
a ajuda na tomada de decisões .
Partindo dessa premissa, as organizações se utilizam da Contabilidade de Custos para
tornaremse
cada vez mais atraentes, respondendo de forma positiva às várias mudanças
ocorridas tanto no âmbito interno quanto externo de sua organização. Os concorrentes, os
clientes, o governo, os avanços tecnológicos e outros são fatores que diretamente influenciam
no crescimento e, conseqüentemente, na existência de uma organização. Assim sendo, as
mesmas devem exercer um constante controle de seus gastos a fim de continuarem
consolidadas ou se consolidarem no mercado. Como no mundo globalizado a facilidade de
encontrar o produto desejado é cada vez maior, a empresa necessita de fatores que a tornem
mais atraente em detrimento às demais. E respondendo a essa necessidade de sobrevivência,
o conhecimento dos elementos de formação do preço de venda dos produtos e serviços
constituise
numa vantagem competitiva relevante para as organizações.
Com isso, o objetivo principal desse artigo é descrever alguns métodos de fixação de
preço de venda e, em especial, aquele baseado nos custos incorridos.
Como procedimento metodológico, foram adotados a pesquisa bibliográfica,
consistindo numa revisão da literatura existente em livros, dissertações, artigos científicos e
material sobre o assunto em sites na Internet.
O mesmo está estruturado, inicialmente, em uma análise do surgimento da
Contabilidade de Custos assim como sua utilização e descrição de alguns elementos
importantes, bem como uma breve discussão acerca dos modelos de fixação de preço de
venda e os fatores que influenciam o mesmo.
BREVE DESCRIÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de Custos, é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir
informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de
determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de
decisões (Leone, 1997, p. 19), nasceu da Contabilidade Financeira quando da necessidade de
avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa típica da era mercantilista.
Porém, a Contabilidade de Custos acabou por passar nessas últimas décadas, de mera auxiliar
na avaliação de estoques e lucros globais para uma importante arma de controle e decisão
gerencial (MARTINS, 2003, p.22). Com o significativo aumento da competitividade que vem
ocorrendo na maioria dos mercados, os custos tornamse
altamente relevantes quando da
tomada de decisão em uma empresa.
Logo, o conhecimento dos custos é vital para saber se determinado produto é rentável
ou não, e se é possível diminuir ou minimizar seus custos.
Com isso, observase
o estreito relacionamento da Contabilidade de Custos com a
fixação do preço de venda. Porém antes de discutir as premissas da formação do preço de
venda, é necessário conceituar alguns elementos que serão importantes para o entendimento
do assunto abordado.
Tais elementos são:
* CUSTOS: Podem ser conceituados como sendo todo gasto que é consumido dentro do
processo produtivo na fabricação de bens ou prestação de serviços. São, com isso,
incorporados aos estoques, quando bens tangíveis, até o momento da venda, quando passam
a ser representados na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) como Custo do
Produto Vendido ( CPV) ou Custo dos Serviços Prestados (CSP). Ainda, podem ser tratados na
empresa comercial como elementos de composição dos custos das mercadorias sendo levado
a resultado como Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Como exemplo de Custos ,
podemos citar a Matériaprima
utilizada no processo produtivo.
Os custos, porém, podem ser classificados sob duas óticas:
Quanto à facilidade de identificação ao produto:
DIRETOS: são custos que podem ser identificados com facilidade aos produtos/serviços
gerados.
Exemplo de Custos Diretos: Aço usado na fabricação de uma chapa de aço.
INDIRETOS: são aqueles de difícil identificação e para serem apropriados aos
produtos/serviços necessitam de algum tipo de rateio. Exemplo de Custos Indiretos : Aluguel do
galpão industrial.
Quanto ao volume produzido no período:
VARIÁVEIS: São aqueles cujos valores variam de acordo com o volume de produção. Exemplo
de Custos Variáveis : Energia Elétrica consumida na produção.
FIXOS: São os custos que em determinado período permanecem invariáveis, quaisquer que
seja o volume da atividade. Podendo existir mesmo que nada seja produzido. Exemplo de
Custos Fixos: Seguro da Fábrica.
Para melhor entender essas classificações, Horngren, Datar e Foster mostra um
exemplo de custos em cada uma dessas 4 classificações, tendo como exemplo a fabricação do
Ford Windstar.
Custos Diretos Custos Indiretos
Custos
Variáveis
* Objeto: Ford Windstar
EX: Pneus usados na montagem
do automóvel.
*Objeto: Ford Windstar
EX: Custos de energia na Fábrica de
Detroit. O consumo medido é apenas
da fábrica, onde vários produtos são
montados.
Custos
Fixos
*Objeto: Ford Windstar
EX: Salário do supervisor na linha
de montagem para o Ford
Windstar.
*Objeto: Ford Windstar
EX: Custos anuais de aluguel da fábrica
de Detroit.
Quadro 01: Classificação dos custos
Fonte: Horngren, Datar e Foster (2004, p. 32)
* DESPESAS: As despesas são classificadas como sendo o sacrifício de ativos para a
obtenção de receitas. Ou seja, são os gastos incorridos fora do processo produtivo.
As despesas, contrárias aos custos, são confrontadas diretamente com o resultado do período,
não devendo ser ativadas nos estoques. Exemplo de despesas : Comissão de Vendedores.
Assim como os custos, as despesas também podem ser classificadas em Fixas e
Variáveis.
FIXAS: Não variam em função do volume de vendas. Exemplo de Despesas Fixas : Aluguel de
salas da administração geral da empresa.
VARIÁVEIS: São aquelas que variam de acordo com as vendas. Exemplo de Despesas
Variáveis: Comissão de vendedores; gastos com fretes para entrega.
* PREÇO: É a expressão monetária do valor de um produto. Expressão monetária essa que
servirá de parâmetro de comparação responsável pela venda, compra ou troca de um bem.
* LUCRO: Deve ser entendido como a remuneração do capital investido pelos acionistas na
empresa depois de deduzidas das receitas todos os custos e despesas do período.
Lucro = Receitas – (Custos + Despesas + Perdas)
O lucro é, genericamente, expresso por meio de margem de lucro que
podem ser
representados em unidades monetárias ou em percentual sobre o preço de venda.(BRUNI,
2003, p.29).
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